Texto de Bertrand Morais
Nathan Lima, 32 anos, é natural de Maceió. Apesar de ser formado em direito pela Faculdade de Maceió (FAMA), sempre gostou de trabalhar com música tornando-se DJ em 2009 e produtor musical com trabalhos lançados pela gravadora norte americana Pump Records desde 2017.
Atualmente, trabalha como DJ open format – área da profissão onde se toca o que tiver de acordo com a proposta do lugar, seja em hotéis, restaurantes ou eventos pessoais e corporativos – ou seja, aberto a todo o tipo de estilo musical que o cliente precisar em seu evento. Já na parte de produção musical, trabalha fazendo remixes exclusivos para DJs de diversos lugares do brasil.
Como hobbie, coleciona a história da house music em discos de vinil. Esse estilo musical reúne tudo o que mais gosto de ouvir: lindos vocais, linhas de baixo marcantes e por vezes solos de sax, entre outros instrumentos. Além da batida icônica da música eletrônica, o popularmente conhecido ‘’Tuntz Tuntz’’.
Ele se considera uma pessoa intuitiva com forte lado espiritual, desenvolvido através de estudos e vivências na cultura afro-brasileira e conhecimento sobre oráculos. Em 2018, se apaixonou pelo Tarô e, hoje, orienta pessoas através de consultas online via Whatsapp, o que lhe dá a liberdade de atender quem precisa de orientação sem a barreira da presença física. Também tem seus trabalhos musicais nos principais sites de música do mercado como Apple Music, Beatport, Spotify e Youtube.
Como possui seu próprio equipamento de som, além de uma coleção de vinis, ele consegue tocar em qualquer contratação. O trabalho físico, digital e espiritual faz parte da rotina de Nathan. Conheça um pouco mais sobre ele na entrevista abaixo:
Nathan, no seu perfil do IG, logo de cara há a frase “Uma boa trilha sonora faz toda diferença”. O que representa essa frase pra você?
Nathan – Essa frase é o meu lema como profissional do entretenimento, uma boa trilha sonora muda o clima de qualquer ambiente ou situação. Prezo por tocar músicas que passem uma boa mensagem e que não tenham palavras negativas. Penso que música é como uma oração que cria a realidade em que vivemos. Dentro de diversos gêneros musicais, gosto de tocar tudo o que tem a ver com alegria.
Como surgiu a ideia de misturar música eletrônica com disco de vinil e como vem sendo os feedbacks?
Nathan – Tocar com discos de vinil é um sonho antigo que estou conseguindo começar a realizar agora. A sigla DJ significa Disc Joquei, aquele que comanda os discos. Por mais que as mídias digitais estejam em alta, nada substitui o prazer de encontrar as músicas que tanto gosto em vinil. Com o lançamento do meu primeiro set em vídeo tocando nesse formato, os feedbacks têm sido bastante positivos entre conhecidos e pessoas que buscam por esse tipo de apresentação no Youtube.
As pessoas gostam de ver que o DJ teve o trabalho de procurar e comprar a música e não simplesmente baixar da internet. Os discos vêm de longe, muitas vezes de fora do Brasil e demora a chegar, mas quando chega é só alegria. Respeito outras maneiras de tocar, mas a essência do DJ está no disco de vinil, não só pela música, mas por tudo o que acontece até o momento da música ser executada.
Você acredita que Alagoas, por ser um estado bastante procurado por turistas, impulsiona a sua profissão como DJ, ou, os alagoanos também curtem muito o estilo?
Nathan – Atualmente toco de tudo, me abrí para esse mercado por entender que existem mais pessoas que gostam de música brasileira do que de música eletrônica. Pessoalmente sou da House Music com disco de vinil e profissionalmente toco o que se adequa a cada local ou evento. A turistada quando chega quer se divertir, mas a música eletrônica em si não é bem o gosto deles. Eles querem de tudo um pouco e é justamente o que eu faço. O que impulsionou a minha carreira como DJ foi conseguir me adequar a diversas realidades.
Num mundo cada vez mais digital, resgatar métodos antigos na forma de fazer algum ofício, no seu caso, a música com vinil, vai na contramão da globalização. Por que você acha importante dar esse passo?
Nathan – Na verdade esse método só é antigo no Brasil, onde a música é considerada algo descartável. O mundo todo continua produzindo música em vinil. Boa parte do que coleciono em vinil foi lançado há mais de 20 anos e continua com sonoridade atual.
É uma questão de gosto pessoal, acho importante porque cada vez mais pessoas procuram por apresentações assim no Youtube, já que a pandemia impossibilita a realização de eventos. Com isso, meu trabalho é visto pelo mundo todo.
Você disse considerar arte quando toca com vinil e ainda não teve oportunidade de apresentar esse formato ao público. Como você planeja esse momento? Algo em mente?
Nathan – Enquanto a realização de eventos está proibida, o meu foco realmente é o Youtube. Existem canais específicos e de alcance mundial para quem gosta de ver DJs tocando com vinil. A primeira apresentação que gravei com aquela paisagem linda da nossa orla está servindo de portfólio para os canais que almejo gravar, como o The Vinyl Factory de Londres, o Salade de Fruits de Paris, entre outros que estou em contato. Gravar para eles será mais um passo importante na realização de um sonho.
Assim como na música, por vezes conseguimos transmitir sentimento de esperança em tempos difíceis. Mas, para os que aqui veem sua entrevista e te admiram, qual mensagem escrita você gostaria de deixar?
Nathan – Gostaria que as pessoas prestassem mais atenção nas músicas que elas ouvem. O que gostamos musicalmente fala muito sobre a nossa realidade. Se queremos um mundo melhor, podemos começar escolhendo boas músicas para ouvir e cantar.
Existe muita musica boa no mundo, tanto antigas quanto novas. Procurem escutar o que vocês querem ter como realidade. Que a música seja sempre alegria, nunca a lamentação!