Após o sucesso de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, e as expectativas em torno de “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, o cinema brasileiro vive um momento de efervescência e reconhecimento internacional. E, entre os nomes que despontam nesse cenário, está o curta-documentário “Alice”, dirigido por Gabriel Novis, que vem conquistando o público e a crítica mundo afora, e pode representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2026, na categoria de Melhor Curta Documental.
A produção alagoana já acumula uma trajetória impressionante. Vencedor do prêmio de Melhor Curta Internacional de Documentário no Hot Docs, em Toronto, um dos festivais mais importantes dedicados ao cinema documental, “Alice” também foi exibido em Guadalajara, Melbourne, Doc NYC e Sheffield, quatro dos eventos mais prestigiados do circuito global de documentários. No Brasil, o filme teve destaque no Festival do Rio, onde emocionou o público com sua abordagem poética e potente sobre identidade e resistência.
O documentário acompanha Alice, uma mulher trans de Maceió, que encontra no surfe, no skate e na arte as ferramentas para existir e resistir em uma sociedade ainda marcada pela violência e pelo preconceito. Em cada cena, o filme revela o cotidiano de uma mulher que desafia fronteiras, de gênero, classe e território, enquanto afirma sua liberdade e sua força criativa.
Com delicadeza, “Alice” constrói uma narrativa que vai além do retrato individual e se transforma em um espelho de muitas existências que insistem em florescer nas margens. A câmera de Novis se aproxima com respeito e sensibilidade, revelando a intimidade de uma personagem que é, ao mesmo tempo, real e símbolo de tantas outras
Entre os possíveis representantes brasileiros na próxima temporada de premiações, “Alice” se destaca não apenas por sua força estética e temática, mas também por colocar Alagoas no mapa do cinema mundial. Sua presença em festivais internacionais reforça a potência criativa do audiovisual nordestino, um cinema que nasce das beiras, das resistências e das vozes que, finalmente, começam a ser ouvidas.
Destaques do filme “Alice”
Melhor Curta Internacional de Documentário – Hot Docs (Toronto, Canadá)
Festivais internacionais: Guadalajara (México), Melbourne (Austrália), Doc NYC (EUA) e Sheffield (Reino Unido)
Festivais nacionais: Festival do Rio (RJ)
Temas: identidade de gênero, resistência, arte, esporte e liberdade