Na última quinta-feira (27) foi sancionada a lei que reconhece o acervo artesanal e musical de Nelson da Rabeca, como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas. Nelson dos Santos nasceu em Joaquim Gomes, zona da mata do estado e residiu em Marechal Deodoro. Ele se destacou como rabequista, acordeonista e compositor.
O mestre era conhecido como compositor e intérprete de baiões, xotes, marchas e forró pé-de-serra, além de tocar acordeão. Autodidata, começou a construir rabecas na década de 1970, sempre buscando a perfeição e originalidade. Sua preferência era pela madeira de jaqueira para a construção de rabecas, devido à sua beleza e durabilidade, tornou-se uma característica marcante de sua obra.
Criado em uma família de agricultores, dedicou grande parte de sua vida à lavoura de cana-de-açúcar até descobrir seu talento musical aos 54 anos, sem nunca ter frequentado a escola. Casado com Benedita da Silva, que também atuava como vocalista, Nelson teve dez filhos, alguns dos quais seguiram a carreira musical. Seu interesse pela música despertou ao ver um violino na televisão, o que o levou a construir e tocar sua própria rabeca.
O reconhecimento de Nelson cresceu com as pesquisas que impressionavam com a qualidade das rabecas, o que o levou à gravação de um CD em 1994. Em 1998, a Associação dos Amigos de Nelson da Rabeca foi fundada para promover seu trabalho artístico. Em 2009, ele foi reconhecido como Patrimônio Vivo de Alagoas.
Nelson da Rabeca faleceu em 22 de abril de 2022, aos 81 anos, devido a problemas cardíacos.