A arte alagoana está sendo representada no Museu Nacional da República, em Brasília, pela artista visual queer bruCa teiXeira, na exposição coletiva internacional #23.ART – Encontro Internacional de Arte e Tecnologia / Exposição EmMeio#16, que ficará em cartaz até 3 de novembro. A mostra reúne obras de artistas de vários países, explorando a interseção entre arte, tecnologia e questões sociais contemporâneas.
BruCa apresenta sua nova série “Bodas de Glitch”, composta por cinco telas-sonoras criadas com a técnica databending (dobradura de dados). A série reflete sobre a equidade civil nos casamentos homoafetivos, inspirada pelos debates na Câmara dos Deputados sobre o PL nº 580, que busca proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. A glitch art, com suas falhas digitais, simboliza resistência e representa as vulnerabilidades do sistema normativo, que a artista critica como o “CIStema”.
Além de “Bodas de Glitch”, bruCa também expõe a videoarte “Fita, Tape, Top, Binder”, que investiga a pintura através da inteligência artificial, e a série “Tem despedida que é assim [Desintegração]”, um trabalho em pixel art com realidade aumentada.
Residindo em Maceió, bruCa teiXeira é artista e pesquisadora focada em temas como corpo, gênero e sexualidade, utilizando a arte digital e audiovisual como suas principais formas de expressão. Atualmente, ela está desenvolvendo um projeto de doutorado no MediaLab da Universidade de Brasília, com ênfase em subjetividade transmasculina e Arte e Tecnologia.
Para bruCa, a glitch art é uma forma de “queerizar” as práticas artísticas contemporâneas, ampliando a visibilidade de pessoas trans e não-binárias na arte brasileira. “A Glitch Art é um signo de ruptura, um caminho criativo potente para explorar novas formas ativistas de visibilidade na arte contemporânea”, afirma a artista.