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Artistas e produtores culturais denunciam o desmanche das políticas públicas em Maceió

Em uma audiência na Câmara Municipal, na segunda-feira (19), artistas e produtores culturais pediram a reativação de três elementos essenciais: o Conselho Municipal de Cultura, o Plano Municipal de Cultura e o Fundo Municipal de Cultura, conhecidos como o ‘CPF da Cultura’, atualmente paralisados pela Prefeitura. 

A audiência foi convocada pela vereadora Teca Nelma e contou com a mesa composta pelo Pai Célio, representando a cultura afro-brasileira; com o coordenador Escritório regional do Ministério da Cultura, Pedro Verdino; com a representante da Associação dos Forrozeiros de Alagoas; Rosiane Lessa, a produtora musical Wedja Miranda; e o coordenador geral de Cultura da Secretaria Municipal de Cultura, Fred Correia.

Durante a reunião, as queixas sobre o abandono do setor destacou a falta de editais para eventos locais, como os blocos de carnaval, em contraste com gastos significativos em eventos nacionais. 

Além disso, houve críticas à falta de pagamento aos artistas locais, como os forrozeiros, durante o período junino. O Mestre Zé Cláudio, da quadrilha Luar do Sertão, relatou a experiência na sua fala. 

“No ano passado, fizeram um grande palco para as apresentações principais e não fizeram nada para as quadrilhas. Fomos reivindicar e nos colocaram ao lado do mercado”, contou.

“Tive o desprazer de, no primeiro dia, levar minha quadrilha que estava na programação. Levamos ônibus, caminhão. Tinha gente para assistir, mas não tinha som nem iluminação, então tivemos que ir embora. Aí sabe o que o cara da fundação falou? ‘Não se preocupe, você vai receber o cachê’ . Então é esse o tipo de descaso que se tem com a cultura popular”, continuou.

O debate também abordou a necessidade de uma participação mais efetiva da comunidade na formulação das políticas culturais. O gestor do Cine Arte Pajuçara Marcos Sampaio, o Marcão, falou sobre isso.

“Vamos discutir a necessidade de política pública para a cultura e essa política pública pode ter várias vertentes, várias nuances, mas tem que ser fundamentalmente construída junto à comunidade cultural. O que a gente observa é que justamente o que foi plantado para política cultural foi desmantelado ao longo dos anos. E um elemento fundamental para participação social é o Conselho Municipal de Política Cultural. Não se admite hoje uma gestão, seja municipal, estadual, federal, que não tenha dentro dela os elementos necessários à participação popular”, relata.

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