Evento “Fala, Bolacheira!” reúne cultura, memória e atualidade das lésbicas alagoanas

No mês da visibilidade lésbica, Maceió recebe evento que rompe o silêncio. Ingressos esgotaram na primeira semana

 

Rompendo o silêncio imposto às vivências lésbicas, o evento Fala, Bolacheira! acontece no dia 2 de agosto, a partir das 18h30, no Espaço Carambola Lab, no bairro Jaraguá. O nome ressignifica uma expressão historicamente usada de forma pejorativa, transformando-a em símbolo de resistência, pertencimento e reinvenção.

Desde a concepção, o projeto se propõe como um ato político: deslocar sentidos, desmontar estigmas e tensionar a normatividade que insiste em apagar corpos e experiências lésbicas. O que antes era xingamento, agora é bandeira. Para a idealizadora, Cíntia Ribeiro, jornalista, pesquisadora e ativista, a proposta nasceu da urgência de dar visibilidade à violência contra mulheres lésbicas em Alagoas e de afirmar a potência dessas existências por meio da linguagem. “Era hora de virar o jogo”, afirma.

O evento celebra a memória e a presença de mulheres lésbicas, propondo um espaço de escuta, encontro e afeto. A recepção do público surpreendeu a organização: os ingressos gratuitos, disponibilizados pela plataforma Sympla, esgotaram em apenas cinco dias, reflexo da urgência e do desejo coletivo por representatividade, pertencimento e visibilidade.

Com uma programação que pulsa diversidade e tem acessibilidade em Libras, o “Fala, Bolacheira!” contará com uma série de atividades culturais e políticas, todas com intérpretes de Libras:

Exposição Fotográfica – A fotógrafa Fernanda Piccolo, criadora do projeto Documentadas, apresenta imagens que capturam o cotidiano de mulheres lésbicas em Alagoas.

Rodas de Conversa – Trazem relatos, reflexões e debates sobre memória, resistência, saúde mental, inclusão, afeto e reinvenção da linguagem.

DJ e Pocket Shows – Performances da DJ Carlota e das cantoras Fernanda Guimarães e Mary Alves, ambas artistas e ativistas da causa LGBTQIAPN+.

Intervenções Urbanas – Colagem de lambe-lambes nas ruas do bairro histórico de Jaraguá com frases afirmativas e imagens de casais lésbicos, desafiando o apagamento e provocando o olhar público.

Temas das rodas de conversa:

BOLACHEIRA: Reinvenção cotidiana dos sentidos que silenciam
Com Cíntia Ribeiro, a roda discute como a palavra “bolacheira”, usada historicamente como ofensa, se transforma em símbolo de resistência e afirmação das (re)existências lésbicas em Alagoas.

Militância lésbica, documentação e produção de saberes
Participações de Débora Masmann e Fernanda Piccolo, refletindo sobre a ciência como território político e a importância de narrar e registrar vivências lésbicas.

Autocuidado e saúde mental: perspectivas ampliadas
Com Regina Lopes e Cíntia Maria, o debate amplia a ideia de autocuidado como ato político diante das violências invisíveis que atravessam os corpos dissidentes.

Existências dissidentes, inclusão e independência econômica
Com Ticiane Simões, Nefertiti Souza e Gracielle Oliveira, a mesa discute as margens da normatividade e os caminhos de resistência construídos com arte, afeto e coletividade.

Linha do tempo das lésbicas em Alagoas: memória, presente e futuro
Com Carmen Lúcia Dantas, Luiza Leal e Clariar, a conversa mapeia a trajetória e as contribuições das mulheres sáficas no estado, resgatando histórias, fortalecendo vínculos geracionais e projetando novos horizontes.

Fala, Bolacheira! é uma realização da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), com operacionalização da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e do Ministério da Cultura do Governo Federal.

Produção: Pirambeba Lab, Perereca de Brejo e @documentadas.
Apoio: @carambola.lab @piracemastudio @festadassaficas @aeufemea @dago_producoes @americancrimefitness @institutocasadelas.

Contato para imprensa: Cíntia Ribeiro – (82) 99159-1897

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