Exposição no Teatro Deodoro celebra o Bumba-Meu-Boi como patrimônio imaterial de Alagoas

Festival Bumba Meu Boi foi oficialmente incorporado ao calendário de eventos do estado de Alagoas
Foto: Thales Artes

Enquanto os cortejos tomavam as ruas, o Complexo Cultural do Teatro Deodoro, no Centro de Maceió, transformou-se em um espaço de celebração e memória do Bumba Meu Boi.

Em homenagem ao Dia Nacional do Bumba Meu Boi, comemorado em 30 de junho, o local abriga uma exposição que apresenta figurinos, adereços e objetos de cena utilizados por grupos da capital.

A mostra permanece aberta ao público durante toda a semana, oferecendo uma imersão na riqueza estética, simbólica e identitária dessa manifestação tradicional.

Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil e da Humanidade, o Bumba Meu Boi é uma expressão viva das raízes indígenas, africanas e europeias que compõem a cultura alagoana.

Para Zé do Boi, diretor da Liga Bumba Meu Boi de Maceió, a exposição é uma forma de manter viva a tradição e aproximar o público local da própria história.

“Achamos muito importantes as celebrações nas ruas e essas exposições, que rompem fronteiras, para que as pessoas venham conhecer a cultura que é da nossa terra. Às vezes, nós, alagoanos, não conhecemos tudo o que há na nossa cultura, e essa é uma delas”, afirma.

Mais do que um espetáculo, a exposição no Deodoro reafirma o Bumba Meu Boi como símbolo de resistência cultural e afirmação identitária em Alagoas. A iniciativa também fortalece o reconhecimento do Bumba como patrimônio imaterial do estado, título oficializado há dois anos por meio de lei estadual.

“Decidimos entre nós quem iria para a rua chamar o povo, através do cortejo, tão querido pelas comunidades. E, desses que iriam para a rua, preservaríamos três para trazer para a exposição durante todos esses dias”, explicou.

Na programação, haverá oficinas para formação de novos agentes culturais.

“É uma oportunidade única. Eu sou artista, mas não tenho reconhecimento, não tenho nada que diga que sou um artista. Todos os aplausos, todo o merecimento são para esses fazedores de cultura das comunidades, pessoas que, muitas vezes, vivem à margem da sociedade. E, de repente, chega um projeto desses, com oficinas. Com isso, a formação dos fazedores de cultura é também um reconhecimento, por meio do seu certificado, que os legitima. Um certificado como esse é um portfólio muito válido para os artistas”, descreve o diretor.

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