A exposição “Memórias Soterradas”, promovida pela segunda edição do projeto Cidade de Afetos, está em sua última semana e se encerra no próximo sábado, dia 15 de março. Uma oportunidade única para mergulhar nas histórias, memórias e expressões artísticas das comunidades impactadas pelo maior desastre socioambiental em curso em uma área urbana no mundo: o colapso causado pela mineração da Braskem em Maceió, Alagoas.
A mostra é o resultado de um intenso trabalho coletivo desenvolvido pelo Cidade de Afetos, que, desde sua criação, dedica-se à educação patrimonial e à criação artística colaborativa. O projeto iniciou suas atividades com moradores e ex-moradores dos cinco bairros diretamente afetados pelo desastre — Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol — e, mais recentemente, expandiu suas ações para comunidades vizinhas, como Flexais, Levada e Vergel do Lago.
A iniciativa busca ressignificar as memórias dessas comunidades, transformando dores e perdas em potentes formas de expressão cultural. Para isso, utiliza a arte e a ressignificação de vivências e memórias como ferramentas fundamentais para a preservação e valorização das referências culturais. As oficinas, ministradas pelas oficineiras Ana Letícia Cordeiro, Giselle Torres Chaves, Synara Holanda e Taísa Theberge, fomentam experiências artísticas que trabalham com memórias afetivas e mapeamentos culturais, resultando em produções expressivas, como esta exposição.
Segundo Isadora Padilha, coordenadora do projeto, “Trabalhamos com comunidades que ainda estão ocupando territórios não evacuados. Nessa perspectiva, é muito importante entender que essa exposição tem um caráter de denúncia ainda mais forte do que a primeira edição, porque estamos falando de pessoas que continuam sofrendo os impactos do que está acontecendo no dia a dia. O que você vai encontrar na exposição é o que foi construído coletivamente por essas pessoas, suas histórias e resistências.”
O Cidade de Afetos foi contemplado em 2020 pelo edital de Seleção de Projetos Culturais de Educação Patrimonial via Lei Aldir Blanc, e em 2023 pelo edital de Fomento e Preservação do Patrimônio Cultural via Lei Paulo Gustavo, ambos viabilizados com recursos do Governo Federal, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult). Em 2024, o projeto foi premiado na 37ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A exposição “Memórias Soterradas” é uma oportunidade não apenas para contemplar produções artísticas significativas, mas também para refletir sobre a importância da preservação patrimonial e da escuta ativa das memórias coletivas.
Últimos dias para visitar!
📍 Onde: Galeria de Artes Visuais do Teatro Deodoro – Centro, Maceió
🗓️ Quando: Até 15 de março (sábado)
⏰ Horário de visitação: Segunda a sábado, das 8h às 18h
🎟️ Entrada gratuita
