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O multicor da imaginação de Nívia Alvim

Aos 16 anos, a artista dá vida aos discos de vinil e explora seu imaginário com os mais variados temas

por Anna Sales

“Nívia e os bichos”. Esse foi o nome de uma exposição em casa, feita pelo pai, para mostrar os desenhos de Nívia Alvim aos vizinhos e amigos. Ela tinha apenas 7 anos nessa época, mas lembra com carinho desse dia. Desde então, não parou mais.

Apesar de desenhar desde essa época, Nívia nunca tinha pensado na pintura como uma possibilidade de se expressar artisticamente. A ideia só veio quando ela passou a frequentar as aulas de pintura no Instituto MandaVer com as professoras Gabriela e Mônica.  A família e as professoras lhe inspiraram muito e incentivaram a continuar. Nívia ficou cada vez mais encantada pela quantidade de emoções que se pode colocar em uma pintura, tornando ela algo especial para quem vê. “Às vezes, ficamos sobrecarregados com vários sentimentos e a arte é uma forma de expressar tudo aquilo que sentimos por dentro.”, crava.

Nas aulas, ela tentava fazer coisas diferentes como pintar em CD, papelão e madeira. E no instituto, foi onde ela pintou a primeira tela: uma árvore cheia de borboletas. As borboletas representavam os sonhos e a esperança, já o tronco da árvore, todo apoio que era preciso para continuar.

Depois de um tempo, Nívia teve que interromper as aulas de pintura, pois sua escola é em tempo integral. Ela ficou um pouco parada em relação a pintura, pois não tinha os materiais necessários e as tintas a óleo tem um custo elevado. Ela então buscou pintar em algo que tem fácil acesso em sua casa: Os discos de vinil.

“Como o meu pai trabalha com o vinil eu achei que seria interessante e era também algo que eu nunca havia tentado. Comecei testando uns desenhos e pintando para ver no que daria e o resultado me agradou. Desde pequena, eu sempre achei os discos interessantes, então juntar o vinil com outra coisa que eu gosto, que é pintar, foi muito bom.”, conta.  Ela é filha de Jailson Alvim, da Solar Discos, banca que vende e difunde a cultura do Vinil no Centro de Maceió.

Vinil Multicor

Com o tempo passando e a arte conquistando as pessoas, que gostavam e perguntavam se ela vendia, foi incentivando e dando confiança para Nívia comercializar suas artes. Surgiu daí a sua lojinha on-line, a Vinil Multicor. O nome foi pensado em conjunto com a irmã, porque a artista queria um nome que fizesse referência ao vinil e as cores, pois as pinturas tem a proposta de serem sempre coloridas.

A primeira pintura que ela vendeu foi um bem-te-vi, que pintou após ver um na casa da sua avó. Hoje, ela pinta diversos temas pedidos pelos clientes, que podem ser seus bichinhos de estimação, a casa preferida de Hogwarts ou até mesmo uma banda que o cliente gosta.

Não importa o tema, Nívia gosta mesmo é de pintar algo bem colorido e que passe uma harmonia de cores, como animais, temas fictícios, coisas da natureza e do mundo. “Sempre tive uma imaginação muito aflorada, então vivo usando ela nas pinturas e criando temáticas com histórias por trás dela”, relata.

E o trabalho dela é associado também à Solar Discos, que leva para eventos e feiras, além de expor na banca, no Centro. Ela conta que essa é uma parceria de sucesso, porque além de fornecer os vinis, Jailson também vende as artes na banca, já que a Vinil Multicor ainda não tem um ponto físico próprio.

Jovem artista

Além da lojinha própria, sua veia artística já deu ainda mais resultados. Aos 16 anos, Nívia já participou de duas exposições: Reencontro, no MISA e no Complexo Cultural do Teatro Deodoro.

“Tem sido uma experiência fantástica e impressionante, porque não achava que iria participar de exposições de arte tendo essa idade; é tudo tão incrível para mim. Aprendo cada vez mais e tenho o objetivo de evoluir muito nessa experiência. A pintura é algo essencial pra minha vida. Amo o que faço e não consigo me imaginar não fazendo algo que envolva pintura, eu me expresso através da arte. Tenho sempre o desejo de continuar e me aprimorar no que faço, mas não posso  dedicar 100% do meu tempo nesse trabalho, pois tenho que estudar.”, relata.

Sobre as obras que ela expôs, ela conta um pouco do significado por trás dela:

“Muitas pessoas já perderam seus animais de estimação de alguma forma e é algo doloroso. A temática do quadro da árvore é o reencontro de um companheiro muito especial que apareceu num momento um tanto inesperado, e também retrata a tranquilidade do campo mostrando um reencontro consigo mesmo quando se está fazendo algo que você gosta. Usei a minha irmãzinha para ser a modelo do meu quadro e também me inspirei em Alice no país das maravilhas.

Já no quadro da cidade o significado está aberto para mais interpretações. Retratando diferentes cores com várias visões diferentes, versões diferentes de pessoas, lugares e emoções, essa variedade de cores que pode caber em uma cidade grande”, finaliza.

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