Principais categorias:

Sertão em cena: Jovem fotógrafo de Batalha cria cenários de cinema com elementos da própria cidade

Texto de Anna Sales

Quando se imagina o Sertão, qual seria o seu primeiro pensamento para uma fotografia? Provavelmente, cenários áridos, com muito sol e cores quentes. Mas esse é o oposto das fotos feitas por Luiz Daniel. O jovem, de apenas 19 anos, transformou cenários comuns da cidade. Inspirado por filmes de terror, fantasia e ficção, elementos da cidade se transformam em cenários surrealistas. Conheça um pouco mais do fotógrafo nessa entrevista.

A Revista Alagoana conversou com o fotografo, confira; 

R.A: Como e quando você começou a fotografar?

Luiz – Em 2019, eu comecei a fotografar em minha escola, usando a câmera do meu celular. Fotografava as flores e os meus colegas. Acabei me apaixonando pela fotografia e com o tempo, fui praticando cada vez mais e trabalhando para comprar uma câmera profissional, um dos meus desejos daquela época. Acabei fazendo alguns cursos de fotografia e manipulação de imagens pela Internet e sempre praticando o que eu aprendi chamando meus amigos e pessoas que eu conhecia em minha cidade para fotografar.

R.A: Quais suas maiores inspirações na fotografia?

Luiz – Minhas inspirações são fotógrafos como: Nirav Photography, Gui Rossi, Well Naves, entre outros. E também me inspiro muito em filmes que assisto no meu dia a dia, especialmente os de terror e fantasia. Sou um grande apreciador da sétima arte.

R.A: O que você mais gosta de fotografar?

Luiz – Gosto de fotografar pessoas, captar a essência delas e seus sentimentos. Gosto de por uma parte dos meus sentimentos dentro das minhas fotografias.

R.A: O que mais te encanta na fotografia?

Luiz – O fato de um momento, uma emoção ou uma memória serem guardadas para sempre, sem dúvidas é o que mais me encanta.

R.A: Quando se fala em Sertão, é comum imaginar cores quentes, paisagens áridas. Mas vemos o contrário disso em suas fotos. Por quê você decidiu seguir por esse caminho?

Luiz – Embora eu seja apaixonado por cores quentes e pela estética sertaneja, eu sempre gostei de ser diferente, de não ser padrão, sabe? Então, tento seguir esse raciocínio em minhas fotografias.

R.A: Como é transformar cenários de uma cidade interiorana com elementos “surrealistas” em alguns ensaios?

Luiz – Essa sem dúvida é a parte que eu mais gosto, transformar as paisagens sertanejas em cenários surrealistas e cinematográficos. Gosto do fato de que uma árvore seca com alguns

ajustes podem ser tornar um elemento de terror perfeito, ou quem sabe um rio temporário poluído pode se tornar um pântano assombrado, e assim por diante. É necessário ver o ambiente com outros olhos sem medo de errar, ver não como ele está naquele momento, mas sim como ele poderá ficar depois da fotografia.

R.A: De onde surge a inspiração para as fotos mais surrealistas?

Luiz – Às vezes estou vendo um filme, ou ouvindo uma música e simplesmente eu penso: “E se eu fizesse um ensaio de uma menina perdida em uma floresta ?” Então eu escrevo essa ideia em um bloco de notas, e é só pensar em quem toparia me ajudar a realizar essa ideia maluca. As melhores inspirações vêm do nada.

R.A: Vejo que em algumas legendas, há a menção de alguns livros de fantasia e filmes de terror. Isso te ajuda a criar esses cenários?

Luiz – Com toda certeza! Filmes como “A cor que caiu do espaço”, “Ilha do medo”, “A bruxa”, “Midsommar” e entre outros filmes, já foram e são inspirações para vários ensaios meus. Também gosto de me inspirar em Músicas, como já fiz com um ensaio baseado na música “Rainha dos bichos da floresta” do Kamaitachi, cujo o próprio comentou na minha publicação, fiquei muito feliz, pois sou um grande fã do trabalho dele.

R.A: Qual foto foi a mais difícil de realizar?

Luiz – A maioria das minhas fotos tiveram certas complicações. Seja por falta de uma iluminação adequada ou por alguma limitação de figurino e etc. Porém sem dúvidas esse ensaio foi um dos mais difíceis. Tive que fotografar em um lugar muito pequeno e achar um ângulo que a fumaça produzida pela máquina de fumaça passasse pela Luz e produzisse estes feixes, fora a limitação de equipamentos. Porém contornei tudo isso e produzi essa foto inspirada em Blade Runner.

R.A: Qual foto ou ensaio você mais gostou de fazer?

Luiz – Muitos me perguntam Isso e minha resposta é sempre a mesma: “As que eu ainda não fotografei”(Risos). Amo todas as minhas fotografias e não tenho uma favorita.

R.A: O que é ser um jovem fotógrafo sertanejo?

Luiz – Para ser sincero, é bem difícil. Pelo fato de que a população da minha cidade é mais tradicional, não estão acostumados com o meu estilo de fotografia e acabam por preferir os fotógrafos tradicionais. A maioria do meu público é mais jovem e isso limita conseguir clientes, e viver da fotografia. Por isso sou fotógrafo mais por hobby do que trabalho.

R.A: O que é o Sertão para você?

Luiz – Lugar de povo sofrido e batalhador, gente que muitas vezes sofre preconceito. Embora o solo seja pobre, o Sertão é rico em beleza e em cultura e sobretudo é a minha casa. E eu amo a minha casa.

Últimas notícias

Inscreva-se para sempre receber as nossas novidades

Comente o que achou: