A Revista Alagoana conversou com os mágicos Felipe Santana, Mister Aden e Mágico Salles; Confira!
Texto de Anna Sales
Coelhos que saem da cartola, varinhas que se transformam em lenço ou flores, adivinhar qual é a sua carta em meio a tantas outras. Sejam em festas que eram suas ou dos seus amigos, ou quando ia ao Circo: quem nunca se encantou com os mágicos, especialmente quando era criança? Quem nunca se perguntou ‘como eles fazem isso?’.
Mas para alguns, isso foi além da admiração e se tornou profissão: Aos 10 anos de idade, Ademário viu pela primeira vez um mágico, em uma visita ao Circo. Ele se admirou com aquele mundo e decidiu que transformaria o encantamento em profissão. E há 20 anos, ele se transformou no Mister Aden, apresentando a mágica clássica, com pequenas e médias ilusões.
“Graças a Deus, as pessoas sempre me deram força para seguir na profissão. Eu amo a mágica, seus segredos e a receptividade do público, especialmente no truque do saque dos pombos: essa mágica consegue encantar adultos e crianças.”, conta.
O poder de encantar as pessoas também foi o fator que motivou o Mágico Salles a seguir a carreira. Ele comenta que a decisão surgiu naturalmente, pois sempre gostou de mágica e de produzir seus próprios truques, inclusive com o irmão, realizando algumas mágicas em família. Mas a apresentação decisiva para que ele ingressasse na profissão foi uma apresentação escolar, no aniversário de 4 anos de seu sobrinho. Depois dali, as pessoas começaram a convidá-lo para realizar apresentações.
21 anos depois, Salles conta que as crianças continuam se encantando com a mágica. E esse encantamento o motiva a seguir na profissão. “De certa forma, eu era uma pessoa tímida, e a mágica conseguiu me transformar em uma pessoa mais comunicativa. Inclusive, o show que mais me marcou foi o primeiro em que meu filho estava na platéia. Eu lembro de ver os olhos dele brilhando.”, comenta.
A magia da gastronomia
Assim como a maioria dos artistas, Salles ficou impedido de realizar o seu trabalho na pior fase da pandemia da Covid-19. Ele decidiu então uma de suas paixões , o pastel, com a sua profissão de mágico, e criou o Food Truck Pastel Mágico Salles, que fica na Praça do Santo Eduardo.
“No início foi bem complicado , abrimos eu e minha esposa com a ‘cara e a coragem’. Passado 1 ano de funcionamento, percebo que vale a pena. Optamos por trabalhar com massa própria e artesanal, ou seja ARTE. Lá, ora ou outra, faço algumas mágicas pros clientes. Quando tenho show de mágica que choca com o horário do truck, conto com a ajuda de minha esposa para estar no trailer enquanto faço o show. É muito corrido, trabalho 3 turnos praticamente todos os dias, mas é bem gratificante quando a gente faz o que gosta.”, relata.
Magia não é só para crianças
Em 2018, vagando pelo YouTube, Felipe Santana encontrou alguns canais de mágica. Ele começou a assistir e aprender alguns truques mais simples, foi tomando gosto e se aprofundando no assunto. Procurou livros, DVDs e cursos e foi percebendo que dava pra fazer da mágica uma profissão. A coincidência maior já parecia estar escrita: no final do mesmo ano, ele estava desempregado e já começou a se articular para fazer apresentações profissionais.
Na brincadeira, Felipe também se auto intitula como ‘O melhor mágico da minha rua’, já que é verdadeiramente o único de sua rua. Em seu Instagram, ele mescla vídeos de humor com truques de mágica. E adora as reações que isso causa “Muitas se assustam de alguma forma, outras ficam tentando descobrir como foi feito. Algumas até me xingam! (Risos). Mas a reação das pessoas pra mim é a melhor coisa. Posso dizer que me encanto com o encanto que a mágica causa”, conta.
Com a pandemia da Covid-19, o mágico sentiu o impacto nos eventos que já estavam marcados e tiveram que ser cancelados. Na época, ele ensinou alguns truques no Instagram e aproveitou a parada forçada para estudar mais e tentar se preparar para o retorno das atividades. Mas no meio do tempo, ele decidiu que também mudaria um pouco o seu público alvo: de crianças, para adultos.
“Essa decisão surgiu por dois fatores: buscar novas experiências na área e também para desmistificar um pouco essa imagem que muitas pessoas têm de que o mágico só trabalha com o público infantil. Isso já é uma realidade fora do Brasil, tanto que existem shows de mágica em Las Vegas e sabemos que esse local não é ‘para crianças’ ”, comenta.
Mas sobre o público infantil, ele finaliza: “Acho que as crianças no geral sempre vão gostar de mágica. A diferença é que hoje, quase todo mundo já vive com um celular nas mãos. Você precisa fazer as coisas de uma forma bem lúdica e divertida, para manter a atenção da criança no que você está fazendo.”.