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Livro infantil tem história situada em Alagoas e aborda questões como autoestima

Texto de Lícia Souto

De leitora apaixonada a autora de obra infantil. Para Manuela, a leitura é uma maneira de se colocar no mundo, e o lançamento do próprio livro vai além de uma realização. A união de duas mulheres e dois trabalhos resultou em uma publicação infantil encantadora que tem história situada em Alagoas. A Revista Alagoana conversou com a autora do livro ‘Pequena Gigante’, Manuela Marroquim, e também com a ilustradora da obra, Lua Lins; confira.

– Conta um pouco sobre você e suas experiências que levaram a escrita do livro.

Manuela – Sou Manuela Marroquim, pernambucana de nascença e alagoana de coração. Publicitária e apaixonada pelos livros muito antes de saber ler. Arrisco dizer que a pergunta que mais ouvi na vida foi: “ Quando você vai escrever o seu livro?”, sempre que alguém me via lendo, me perguntava isso. Mas nunca me imaginei como escritora, eu gostava mesmo era de ler. Porém, quando me tornei mãe e vi os olhinhos encantados da minha filha sempre que lia para ela, nasceu em mim a vontade de escrever para crianças e contar para elas como elas são incríveis.

– Quanto tempo levou esse processo da escrita e qual foi a parte mais difícil ou marcante pra você?

Manuela – O livro foi escrito por mim e ilustrado pela Lua Lins em 2018 mas como não sabia como publica-lo (o que considero como a parte mais difícil), acabei engavetando o projeto. Em 2021 eu conheci a Editora Flamingo, apresentei meu livro e em dezembro do mesmo ano o livro foi publicado, o que sem dúvida foi um dos momentos mais marcantes, assim como, a primeira vez que o vi (lindamente) ilustrado pela Lua.

– Quais pontos emocionais e psicológicos esse livro toca?

Manuela – Pequena Gigante fala sobre a importância de ter tempo de qualidade em família, de se viver o presente, o momento. Como consequência disso, a personagem principal, a Pequena Liz, com o apoio de seus pais faz uma gigante descoberta, que envolve coragem, autoestima, autopercepção e que pode e deve ser levada para toda vida, não apenas por ela, mas por toda a família.

– O que influenciou a ambientação da sua história lúdica?

Manuela – Moro em Maceió  há  16 anos e sinto aqui o mesmo que sinto por minha terra natal (Recife),  amor e orgulho. Além disso, meu marido é  surfista e a Praia do Francês é  para mim e minha família um lugar cheio de memórias afetivas. Ter essa praia como cenário do livro foi uma forma de homenagear a minha terra do coração e minha família.

– Como é a relação da leitura para você e sua filha?

Manuela – Sabe aquela menina que vive com um livro embaixo do braço pra cima e para baixo? Eu sempre fui essa menina. Quando engravidei, a primeira coisa que comprei para minha filha foram livros, comecei a ler para ela desde a barriga. Quando ela nasceu meu marido, familiares e amigos começaram também a presenteá-la com livros, toda noite lemos livros juntas e hoje me emociono ao perceber que tenho ao meu lado outra menina que leva seus livros para onde quer que vá, e ela, é  minha filha.

– O que te inspira?

Manuela – A vida, as pessoas, a cidade, a natureza e minhas experiências . Tudo que me cerca me inspira.

AS CORES E FORMAS DA PEQUENA GIGANTE

A responsável por trazer formas, cores e dar rosto àqueles personagens é Luana Lins, mais conhecida como Lua. A artista é graduada em Design e atua como diretora de arte a mais de 7 anos no mercado. Seus primeiros passos na carreira foram como ilustradora antes mesmo da formação, desde então, não parou mais.

Possui diversos trabalhos, incluindo 6 livros infantis, sendo dois em Espanhol e Italiano, disco de vinil para Portugal, capa para álbum em Spotify, entre outros. Lua ama se aventurar em pinturas de muros, paredes, painéis e oficinas de aquarela, assim ela cria um universos de possibilidades para se expressar através da arte.

– Como você começou a ilustrar e como isso ganhou dimensão na sua vida?

Lua – A ilustração na minha vida começou bem cedo, sempre fui muito criativa e sensível, tentava expressar isso através da relação com desenho. Muitas vezes preferi estar desenhando a estar com pessoas ou em grupos de amigos, a sensação me fazia bem.

– Sobre sua participação no livro Pequena Gigante, como foi esse processo de ilustração?

Lua – Quando conheci a Manu me encantou a maneira como ela via a relação da filha com o mar e como seu amor era visível ao querer fazer esse livro. Me senti extremamente honrada em fazer parte desse processo de criação porque além de amar meu trabalho tenho uma grande relação de afeto com a natureza da água e de como ela me faz me sentir em casa.

– O que você mais gostou a respeito desse trabalho?

Lua – Ao olhar esse trabalho gostei da leveza e de como as cores se comportam, sendo vibrantes e agradáveis. Os traços leves e soltos revelam como pode ser mágico a composição com a ilustração e o texto, tornando-se harmoniosa.

– Hoje, o que te inspira?

Lua – A música, meditar, viajar e o contato com a natureza são as coisas que mais me conectam com a criação e que fazem minha mente evoluir de forma que veja além do que estamos acostumados a enxergar, assim consigo expandir minha mente transferido para o papel. Hoje, além de ilustrar sigo realizando oficinas de aquarela compartilhando meu conhecimento sobre a técnica e oferecendo momentos únicos, como vivencia com a natureza no local onde são realizadas as oficinas. Essa conexão se dá pela forma de criar um novo olhar através do que sentimos e assim externar através das mãos, perdendo o medo de criar algo novo e assim é superado os medos através da criatividade.

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