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O que faz a comunidade fotográfica na pandemia

Coluna de Jorge Vieira

É sabido que o segmento das artes e da cultura foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Espetáculos artísticos, exposições de arte, eventos culturais tiveram suas realizações suspensas no primeiro momento. Hoje, que já há aglomerações em diversas atividades, ainda que controladas, o setor artístico-cultural segue cumprindo o isolamento social.

Nesse horizonte, o que fazem os fotógrafos e fotógrafas?

A comunidade fotográfica alagoana teve suspensa a segunda edição do FOTOSURURU (Encontro de Fotografia Criativa em Maceió), que seria realizada nos primeiros dias de abril. Nove exposições estavam programadas, das quais cinco chegaram a ser montadas. Um impacto significativo que não paralisou seus organizadores nem a agência Fragma, realizadora do evento.

Esses promoveram, até o momento, 15 lives com a marca FOTOSURURU e outras 35 do programa DIÁLOGOS VISUAIS que alcançaram mais de vinte e nove mil visualizações, 75% dessas de fora de Alagoas, público muito além dos 1.500 entre inscritos no FOTOSURURU e visitantes estimados de suas exposições. Não obstante a perda do contato presencial, as ações online, geradas a partir de Maceió, conquistaram uma rede ampliada de admiradores, e seguidores, dos nossos fazeres pela cultura da fotografia.

O que mais fazem os fotógrafos e fotógrafas alagoanos? Pois bem, 36 deles se engajaram na parceria que reuniu o FOTOSURURU, a SIX Propaganda e o Atelier de Impressão (Recife/PE), em prol das comunidades de marisqueiras do Vergel do Lago, que passam privações ainda maiores com a pandemia. Cada fotógrafo doou três imagens, cujas vendas em impressões fineart resultaram no repasse de quase R$ 10.000,00 à ONG MandaVer, que administrou a aplicação dos recursos. A propósito, outros catorze movimentos como esse foram feitos pelo país e geraram auxílio financeiro às comunidades socialmente vulneráveis, segundo a Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, que ultrapassa R$1.813.000,00.

Os fotógrafos e fotógrafas, de Alagoas, não pararam na pandemia. Muitos tocaram seus projetos autorais, dentro das possibilidades sanitárias. Alguns foram selecionados em editais locais, nacionais e até fora do Brasil. Visando a próxima gestão municipal, foram feitas reuniões virtuais onde representantes da fotografia criativa elencaram proposições que estão sendo apresentadas às candidaturas à prefeitura, objetivando o fomento e o desenvolvimento da cultura fotográfica em Maceió.

A propósito da cidade, a tragédia socioambiental que atinge os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, com rachaduras provocadas pela Braskem, não foi esquecida pelo público da fotografia. Doze fotógrafos e fotógrafas realizaram o Projeto RUPTURA, entre julho e setembro, que resultou em duas intervenções urbanas onde serão expostas, a partir de 09.11, noventa e seis imagens, em dois pontos da área afetada.

Porque a fotografia tem um importante papel na história e na dinâmica das sociedades, mesmo com a pandemia, a comunidade fotográfica alagoana segue ativa.

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