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Reportagem: Jamerson Soares

Orientação: Janayna Ávila

Edição: Bertrand Morais

“Eu sou uma donzela. Sempre fui uma fauna no cio”. Paloma Luz Vida Terra Marques, 60 anos, repete essas palavras várias vezes durante o dia, que começa sempre com um suco de jurubeba adoçado com mel. Ela diz que o suco ajuda no intestino, na imunidade e é bom para o fígado. Enquanto prepara também o café, Paloma canta de forma apaixonada e envolvente A Paixão, música interpretada pela cantora Rosana. Ela mora em uma casa de sítio com seu marido, cerca de 30 anos mais novo que ela, na Praia de Lages, em Porto de Pedras, litoral alagoano, localizada a mais de 100 km de Maceió. É mais ou menos duas horas de viagem.

Nesta reportagem de fins universitários, trazemos a história de Paloma Marques e de seu retrato feito pelo fotógrafo Celso Brandão, em 1993, no povoado Porto da Rua, em São Miguel dos Milagres, litoral norte de Alagoas.

Paloma é uma mulher transexual que nos anos 80 protagonizou desfiles e bailes de carnaval no litoral norte de Alagoas e já trabalhou costurando roupas para personalidades da elite local e da capital, além de ter decorado festas e feito shows musicais. Ela já atuou em diferentes áreas profissionais.

A artista foi retratada pelo fotógrafo alagoano Celso Brandão. Celso relatou que o retrato foi feito no povoado Porto da Rua, em São Miguel dos Milagres, em 1993. Já Paloma contou que a foto foi realizada no povoado Tatuamunha. Esse mesmo retrato ganhou espaço em exposições nacionais e internacionais junto com um acervo de fotografias em preto e branco, como também foi inserido no livro Caixa-Preta, publicado em 2016, pela editora Madalena, de São Paulo, em coautoria com a Contrasto, da Itália.

É uma sexta-feira nublada, com cheiro de terra molhada, lenha queimada e café coado, tradição no interior. Em frente à casa de Paloma, a avenida General Luiz de França Albuquerque se infla de poeira e maresia, e de veículos ocupados por turistas que visitam a praia. Entre a ida e a vinda de carros, há moradores e motoristas de outras regiões que costumam passar na frente da casa de Paloma para buzinar ao vê-la desfilando na calçada.

Enquanto o muro da casa é reconstruído com cercas de madeira, Paloma caminha sob a pompa e o prestígio de gostar de ser o que é e acena para os motoristas. Paloma gosta de estar no comando e prefere realizar as coisas do jeito que planejou. Se o plano não deu certo, ela insiste mais uma vez na ideia até conseguir. “Eu sou muito determinada. Se algo não der certo na primeira vez, eu vou lá e tento de novo e isso pode ser entendido de outra forma pelas pessoas. Talvez seja irritante”, diz

Paloma é figura notável no Litoral Norte de Alagoas. Foto: Jamerson Soares.

Paloma é um furacão em chamas. Sempre anda maquiada, com um cheiro forte de hidratante amadeirado, vestida com um biquíni branco e uma saída de praia transparente da cor vermelho-paixão. Ela adora vermelho, diz que é uma cor ardente, do amor. De cabelos loiros, compridos e cacheados, a estilista retoca o batom vermelho de 15 em 15 minutos. Não há vergonha, não há medo, não há reserva. Paloma expressa sua personalidade em forma de sinceridade, piadas e bordões de cunho sexual. Ela também tem um olhar crítico e meticuloso, direto ao ponto, um tanto intimidador. Gosta de ver e ter coisas consideradas bonitas e rejeita o feio. “Se você fosse feio nem entraria na minha casa. Gosto de homem bonito, sem barba, fogoso”, brinca Paloma com a reportagem.

Há uma bandeira branca hasteada na varanda da casa e uma pomba desenhada em uma parede próximo aos telhados. Segundo Paloma, “é para as pessoas verem que nesta casa só tem paz”. Há também a frase “tudo por amor”, pintada perto da porta de entrada. Ela considera o lema de sua vida.

Apesar do bom humor e das brincadeiras, Paloma se fecha em seu casulo quando é questionada sobre seu passado. Ela não gosta do tempo. Não lembra dos anos exatos. “Eu odeio o tempo. Porque o tempo passa muito rápido. Evito pensar nele, não guardo data nem ano, nada. A velhice está na cabeça das pessoas. Só tenho a impressão de que nasci ontem. Odeio a velhice, a velhice é a treva”, diz ela, aborrecida e impaciente.

Infância, família e uma mãe que não abraçava

“Eu acho que vim ao mundo para pagar os pecados de minha mãe”, desabafa Paloma, pensativa ao lembrar do que passou com a mãe e com a família. As palavras da artista saem descompassadas, fragmentadas e um pouco perdidas no tempo. As lembranças não são ditas em uma espécie de cronologia exata, organizada. É como se ela lembrasse dos acontecimentos e quisesse guardar em um cofre do coração, para sofrer sozinha, sem compartilhar as angústias com os outros. Ela diz não gostar de expor um rosto triste para o público. Paloma tenta se esquivar da tristeza com o bom humor e a música.

Paloma, desconfiada, tenta esconder sua data de nascimento, mas logo em seguida, depois de pensar muito, revela-se. A estilista nasceu no dia 17 de janeiro de 1962, em São Miguel dos Milagres, em um parto natural conturbado. Ela é fruto de Eunice Luz Marques com um homem casado, que sumiu depois de saber da gravidez da amante. O parto aconteceu na casa da bisavó de Paloma, Amélia, em Porto da Rua, com o auxílio de uma parteira. “A casa era de taipa, chão de terra, tinha um velho forno à lenha. É como se eu visse na minha frente agora. A placenta do parto está enterrada no quintal até hoje”.

Na casa de Paloma, perto de uma televisão e um abajur feito pela artista, há um quadro com o desenho de uma jovem mulher encarando quem a olha de volta. A jovem tem um decote à mostra, olhos grandes e imersivos, traços finos. A mulher é Eunice e foi desenhada pela própria Paloma. “É a minha mãezinha”, diz.

“Mãezinha era muito dura, fria, não me abraçava, fazia as coisas por impulso, mas era muito forte, firme, vivia maquiada e bonita, independente. Às vezes a gente brigava, discutia, porque ela não gostava do meu jeito de ser”.

Eunice foi morar em Maceió para tentar uma nova vida sozinha, levou apenas um filho e deixou os outros com a avó Amélia. À medida que Paloma ia crescendo, a família percebia que algo diferente acontecia com a artista, somente ela mesma que não entendia. Paloma se sentia mulher desde os oito anos. “Tinha vez que meus tios, avós e vizinhos cochichavam quando eu passava. Minha avó me batia com um fio quando eu tentava sair, meus tios me escondiam, me batiam, me machucavam, para as pessoas não me verem por causa da minha sexualidade”, relata Paloma.

A menina transgênero também passou por vários psicólogos e médicos psiquiatras na infância. Foi a família que a levou achando que tinha algo errado com a cabeça dela por causa de sua identidade de gênero.

Em estado de epifania, com um olhar fundo para o nada e a voz cansada, que oscilava entre aguda e grave, Paloma Marques conta que com menos de 10 anos já era comparada a outra travesti de São Miguel dos Milagres, identificada como Veridiana. Paloma estava no quintal da casa da avó, apoiada em um muro, e o avô dela comentou com a esposa, olhando para Paloma: “Esse menino vai ficar que nem Veridiana”. Paloma ouviu esse comentário e a princípio não entendeu. Ficou com aquilo na cabeça por horas. Veridiana foi uma travesti que também viveu em São Miguel dos Milagres e era muito conhecida na região. Para o avô de Paloma, Veridiana era um “homem que se vestia de mulher”.

Foi no comentário do avô que Paloma ouviu a primeira vez a palavra transexualidade, mas não entendia direito. Paloma conta que a avó era ranzinza, maldosa, batia nela e a deixava presa em casa. Mesmo com todas essas características, Paloma amava a avó e se inspirava bastante nela porque ela era determinada e inteligente. A avó de Paloma foi uma referência para ela, uma entidade viva. Amélia e Eunice já morreram.

Paloma volta a terminar a conversa contando que Eunice morreu aos 80 anos por causa da idade, hipertensão e transtornos psiquiátricos. Ela diz que Eunice morreu em seus braços, em Maceió, em junho de 2019. A mãe, que não abraçava, foi acolhida e cuidada por Paloma. “Passei até por um período depressivo, fiquei sem comer, sem receber gente, quase eu ia morrendo, mas estou aqui. Por isso odeio a velhice, ela mata. Quando vem a tristeza eu faço de tudo para colocar ela para longe”.

Durante a jornada, a decoradora também teve quatro filhos e muitos netos, frutos do carinho e do afeto que ela deu desde quando eles eram pequenos. Paloma os criou até ficarem adultos e se casarem. Ela também foi acolhida por pais do coração após a morte de sua mãe biológica, e os chamam de mãezinha e paizinho. Vivem em uma fazenda localizada na zona rural de Porto de Pedras. Com eles, Paloma não se sente tão só.

Estudos, trabalho e a vivência em Maceió

Paloma aprendeu a dar seus primeiros passos na costura aos 11 anos, observando a avó remendando tecidos e fazendo roupas. Foi daí que a artista se interessou pelo ramo. Desde a infância Paloma gostava de olhar esculturas, contemplar peças de roupa, obras de arte e sempre costumava ser inquieta para produzir. “O interesse pela arte surgiu desde a infância, de dentro de mim mesma”.

Saudosa, Paloma fala sobre os momentos que viveu em Maceió durante a adolescência e juventude. Entre os anos 70 e 80, a capital ainda era pequena, estava se tornando um polo turístico nacional, todos se conheciam e badalavam à noite quase sempre nos mesmos locais, como a boate Middô, o estabelecimento Fornace, restaurante Laçador e o bar do Mossoró, comerciante que mantinha também o prostíbulo mais famoso na cidade. “Foi lá que descobri o sexo. Beijei milhares e milhares de bocas, eu linda e gostosa, os homens obviamente queriam. Era tudo muito envolvente, ardente, gostoso. Fiquei com vários homens da elite. Todos queriam desfrutar do meu corpo. A coisa mais gostosa é o beijo na boca, é uma coisa que me desmantelo”, diz.

O som da máquina de costura continua preenchendo os espaços da casa. Paloma interrompe o trabalho para mostrar o retrato dela que Celso Brandão fez em 1993. Ela estava com 31 anos na época. Faz 29 anos, em 2022, que o retrato de Paloma existe e resiste em Alagoas. Ela olha profundamente todos os cantos da foto, como quem revive aquele momento. Os olhos enchem de lágrimas. “Foram tempos muito bons, que pena que não voltam mais. Saudades daquele tempo”.

O retrato

No dia da foto, Paloma tinha voltado para Porto de Pedras para visitar a família. Ela estava na casa de uma amiga que, segundo ela, era localizada no povoado Tatuamunha. Vestiu seu short curto, seu biquíni, calçou sua sandália rasteira e montou seu grande e esvoaçante cabelo, parecido com o que ela pôs ao conversar com a reportagem, e saiu na rua para se encontrar com mais amigas. No mesmo período, ela estava apaixonada por um rapaz chamado Luís Carlos. Havia também um circo montado na região.

Paloma saiu de um beco com as amigas e, por acaso, se deparou com Celso fotografando os palhaços e os personagens do circo que desfilavam na rua. Paloma e Celso já se conheciam do bairro da Pajuçara, em Maceió. Ela também já conhecia um dos palhaços do circo, pelo qual se encantou. Celso aproveitou que ela estava lá e pensou em fazer um retrato dela na frente de uma casa antiga, onde também tinha galhos secos retorcidos.

“Para mim foi uma coisa normal porque sempre fui fotografada. A minha maneira de ser sempre chamou a atenção. Eu me senti uma rainha sendo fotografada naquele dia. Eu sempre fui muito notada em diversos aspectos. Desde criança fui notada porque eu era diferente dos outros meninos. Aí naturalmente chamou a atenção do Celso também”, explica.

Anos depois, Paloma recebeu o seu retrato impresso em grandes proporções, do tamanho de um quadro comum. O irmão dela, que é evangélico, viu a foto e com raiva o rasgou. “Ele queria que eu virasse homem”. Após o relato, Paloma esmorece e volta com o trabalho de costura até a madrugada.

A santa, o palhaço e o fotógrafo

É 1993, povoado Porto da Rua, São Miguel dos Milagres, litoral alagoano. Faz sol com poucas nuvens e muita gente voltando da praia. Carros com turistas passam para lá e para cá. Pousadas cheias. O encontro improvável e casual entre as pessoas envolvidas no retrato de Paloma está prestes a acontecer no meio de uma das ruas do vilarejo.

Antes do retrato ser feito, Celso estava em Tatuamunha, povoado também localizado no litoral norte do estado, em Porto de Pedras. Foi visitar o seu amigo de longa data, o Gilberto das Máscaras, artesão de arte popular que também era pescador e pedreiro. Celso terminou a visita na casa de Gilberto e decidiu voltar para Maceió. No caminho de volta, o fotógrafo, que é curioso por natureza, acabou parando em Porto da Rua para fazer fotos de um cortejo de um circo que havia chegado recentemente no povoado.

No meio da rua é possível ver um amontoado de crianças rindo, a estrada repleta de confetes, palhaços, dançarinas, carros de som alegóricos anunciando a chegada do circo e o horário do início dos trabalhos. “Hoje tem espetáculo, às sete horas da noite. Hoje tem show, não percam”, anima um dos locutores.

O fotógrafo se aproxima desse cortejo e começa a fazer fotos do sorriso das crianças, do gracejo dos pais, dos palhaços e ouve atentamente o barulho do mar. Nesse momento, surge de um beco, que serve como atalho para a entrada da praia, uma garota com cabelos grandes e cacheados, olhos castanhos claros, vestida com um top e um short, roupas artesanais, feitas por ela mesma. Ela estava acompanhada de amigos.

Celso olha para o lado, contempla a luz que vibra da imagem de Paloma, e tem a ideia de fazer um retrato dela. O retrato foi feito depois que ele fotografou o palhaço. “Chiquíssima, como sempre”, Celso diz, sorrindo e nostálgico, ao falar sobre o momento. “Quando fiz o retrato de Paloma eu senti que era um retrato que tinha muita força. Está parecendo uma santa ali”.

“Ela e o palhaço se conheciam e se abraçaram. Fotografei eles abraçados, mas não encontrei ainda as imagens. Foi uma alegria. Fotografei o palhaço e depois pedi a Paloma para ficar na frente de uma fachada para tirar uma foto dela. Ela subiu, pulou em cima do muro, e fez aquela pose, que me lembrou muito a pintura Madonna di San Sisto, realizada pelo artista italiano Rafael Sanzio. Só não tinha o bebê no braço”, conta o fotógrafo.

Paloma foi captada por uma Mamiya RB 67, uma câmera de médio formato, robusta e pesada. A câmera é utilizada em estúdio e geralmente apoiada em um tripé, mas ele resolveu levá-la para a rua, na mão, como uma câmera convencional. “A escolha pelo preto e branco foi por considerá-lo mais genuinamente fotográfico, com um tempo de permanência mais duradouro que a foto colorida e também pela possibilidade de processar pessoalmente, em meu laboratório caseiro, tanto o negativo, quanto a cópia positiva, segundo meus critérios estéticos”, explica.

“Conheci Paloma como a travesti da Pajuçara”

O fotógrafo também lembra que depois de ter feito o retrato de Paloma, percebeu o quanto ela é romântica, daqueles amores de perdição, um amor sofrido. Paloma só pensa no grande amor da vida. Ele já a conhecia de Maceió, não a via há uma década, mas só teve a oportunidade de fotografá-la em 1993. Celso tinha 42 anos.

“Eu conheci Paloma como a travesti da Pajuçara. Naquela época, Maceió ainda era pequena. A conheci como uma exímia costureira, considerada por Vera Arruda e Tânia Pedrosa como alguém que executava peças de alta costura”, conta.

Celso também conta que a relação entre ele e Paloma é muito brincalhona, porque Paloma é alegre. Ele até voltou à região anos depois e realizou uma sessão de fotos com Paloma. Ela foi retratada nua. O fotógrafo fica surpreso ao saber que Paloma ainda resiste no mesmo local, trabalhando como decoradora de pousadas e estilista. “Que sorte Paloma estar viva. Na época, as travestis eram assassinadas em Alagoas. Eram assassinadas como se fosse uma brincadeira. Uma barbárie”.

A caixa-preta de Celso Brandão e o elo perdido com Maceió

Celso expressa um ar de angústia ao falar sobre a publicação de fotolivros em Alagoas. Ele lembra que naquela época era difícil uma gráfica publicar algo autoral e ainda mais com fotos em preto e branco. Para ele, o documentarista em cinema e o fotógrafo já têm o senso inato das coisas que tendem a desaparecer. “Porque o mundo é efêmero”. E para as coisas não desaparecerem, o fotógrafo executa seu ofício: para o fotografado não perder a memória e o sentido de pertencimento, Celso capta a essência daquele momento do fotografado e transforma em eternidade.

Esse mesmo cuidado é visto em Caixa-preta, fotolivro publicado em 2016, pelas editoras Madalena e Contrasto, cujas fotos compõem a exposição Celso Brandão: Caixa-preta, que foi apresentada na Maison Européenne de la Photographie, de junho a agosto do mesmo ano. “O retrato de Paloma é um dos meus trabalhos preferidos. Foi a maior fotografia em diâmetro. Eram duas salas compridas, e o retrato ficou sozinho em uma das salas”, lembra Celso sobre a participação do retrato de Paloma na exposição.

A foto de Paloma está na página 55 do livro e compõe o acervo antigo de Celso, com mais de 80 fotografias feitas durante a trajetória do artista. O livro demorou dois anos para ficar pronto. No livro, há na contracapa informando que a produção da obra teve a contribuição de Miguel Rio Branco, Pierre Devin, Fábio Karla Melanias, Márcia Mello, Fábio Settimi, entre outros.

“Na época em que eu estava procurando um título para o livro estava caindo muitos aviões, e a caixa-preta era o que restava de memória dos aviões depois do desastre. Preto e branco representam o meu passado fotográfico, tudo que está em caixa-preta está relacionado a minha vida. Está tudo dentro do meu universo aqui em Alagoas, no Nordeste”, explica Celso.

O retrato de Paloma passou por Paris, Brasília e Rio de Janeiro. Durante o percurso das exposições no Rio, o retrato desapareceu e não se sabe o que provocou o sumiço. “Até hoje não se sabe onde está a foto original. Não tem outra cópia, só a que está no livro Caixa-Preta”, conta.

Nove minutos sobre o retrato de Paloma

Outra pessoa que conheceu a “rainha de Porto de Pedras” foi Rafhael Barbosa, jornalista e cineasta alagoano. Ele é diretor do curta-documentário Um retrato de Paloma, com duração de nove minutos, realizado em 2016, com imagens de Paulo Silver, entrevista e fotos do próprio Rafhael e de Ítalo Rodrigues. “O filme aconteceu no dia em que fui de passagem a Porto de Pedras. Paloma é muito conhecida por lá e muitas pessoas comentavam sobre ela. Então fomos lá gravar. Ela é uma figura”, lembra o cineasta e ri.

O documentário mostra simultaneamente o retrato de Paloma e ela mesma contando histórias da época em que a foto foi feita. Em todo o seu discurso, percebe-se que existem o romance e o amor na base de sua vida. Paloma fala sobre suas vivências amorosas e um pouco da infância e dos momentos entre família que foram registrados por meio de fotos.

“Eu amo muito e sofro mais ainda. No momento da foto, como sempre, eu estava apaixonada. Eu estava vivendo um romance muito bonito, o nome dele era Luis Carlos”, conta Paloma no filme.

No começo do curta, Paloma resume bem sua vivência no mundo quando canta um pedaço de A Paixão, música de Rosana, que diz: “A paixão é um vício que não quer passar, me faz fugir, depois voltar. E é por isto que eu preciso desse novo amor”.

Paloma, atualmente, não mora mais na mesma residência, por escolha, entretato permanece com os mesmos ofícios e símbolo de resistência com autenticidade. Foto: Jamerson Soares.

Atualizações:

  •     Em julho de 2022, Paloma contou que mudou-se para uma localidade em Ipioca, bairro de Maceió. Ainda está casada com Tatá e vivendo de costura e decoração de pousadas. Ela também disse que vendeu sua antiga casa em Porto de Pedras porque queria tentar outra vida em outro lugar. Paloma segue cantante.
  •     Em setembro de 2022, Celso Brandão publicou um livro de fotografias chamado Velas.

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