Coluna de Wilson Smith

A moda estabelece diálogos com diferentes áreas, dentro desse cenário com inúmeras possibilidades vale voltar os olhos para a relação entre o universo fashion e a política. Quando nos vestimos, estamos construindo um discurso imagético, independentemente da mensagem que queremos passar com o que usamos, essa comunicação vai chegar para quem nos enxerga e será compreendida através das referências de cada um.

Moda não é só tendência e consumo, ou simplesmente roupa. Podemos também pensar em uma esfera mais ampla, como o reflexo comportamental de um certo período. Assim, a moda diz muito sobre uma sociedade e o seu momento cultural, econômico e político, por isso, moda é história, presente e futuro.

O que escolhemos usar diz muito sobre quem somos, o que acreditamos e as mensagens que queremos passar. “As roupas não falam, mas comunicam uma série de referências”, afirmação do professor de História da Moda, João Braga. Sabemos que nossas roupas evidenciam os grupos que pertencemos e revelam traços da sociedade, e por consequência os momentos políticos e econômicos vividos. Mas, em muitos casos a moda vai além, afinal estamos falando da face politizada, que mostra as dores e prazeres da sociedade.

Quando nos vestimos, estamos colocando sobre nossa pele algo muito maior do que tecido. É um conjunto de símbolos que demonstra um modelo econômico, um momento histórico, uma história individual e como construímos nossa individualidade através deles.

A roupa pode ser um objeto de ação, e mesmo que optemos pelo conformismo, essa roupa vai chegar e sair de nós contando uma história. Se podemos escolher, questionamentos como: “De quem compramos? Como essas peças são produzidas?” devem ser feitos. E os indivíduos que não podem escolher, o que estamos fazendo enquanto seres políticos para provocar mudanças, avanços e melhorias?

Nossas escolhas são atos políticos! 

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