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Restauração de cinema histórico resgata memória do povo pilarense

Texto de Gabriely Castelo

Resistência, essa é a palavra que define a revitalização do Cine Pilarense. A quase extinção dos cinemas de rua no Brasil é uma realidade, deixando um enorme impacto na cultura cinéfila. Segundo a OCA (Observatório de Cinema e do Audiovisual) apenas 17% das salas de cinema não operam em shoppings.

Em Alagoas, no município do Pilar, o Cine Pilarense ficou fechado por 30 anos antes da tão esperada reforma. Antes da restauração, o cinema foi tombado como patrimônio histórico pela sua grande importância na história da cidade e da população local. A experiência para os antigos moradores de reviver esse importante meio cultural será de enorme importância, e também para os jovens que não chegaram a ver o ambiente em seu pleno funcionamento e trabalho cultural.

A necessidade de uma área de eventos no Pilar era grande, e como o Cine Pilarense funcionará como teatro e palco para palestras, seminários e conferências também, a população ganha mais que um cinema. A reabertura do local que estava prevista para o dia 16 de março foi cancelada devido ao isolamento social, em 19 de junho o ambiente foi aberto para poucas pessoas e exibido digitalmente, mas sem a exibição de nenhum filme, o ambiente está aberto para visitação marcada e sem aglomerações.

Sérgio Moraes, diretor geral do Cine Pilarense, explica que pretende abrir as portas para artistas alagoanos e principalmente pilarenses, buscando assim valorizar a “prata da casa”, tem ideias para receber mostras de cinema e também peças de teatro produzida por artistas locais. O diretor, que frequentou o local nos anos 70, hoje se emociona e afirma se sentir honrado com a nova responsabilidade. Segundo Sérgio, muitas pessoas não acreditavam que um dia o local seria reerguido, muitos pediam para que fosse demolida a fachada em ruínas temendo algum acidente com a população.

“Mas o cinema ressurgiu das cinzas, como uma fênix. As pessoas estão começando a ver a importância dessa reforma, porque  um povo sem história, é um povo sem memória”, afirma o diretor-geral

O antigo cinema, nos anos 40 batizado com o nome Cine Edén por seu antigo dono, preserva algumas características como algumas das antigas cadeiras, que antes contavam com 365 delas, uma para cada dia do ano como dizia o antigo proprietário Hilton Pimentel. Hoje, tudo está digitalizado e uma estrutura moderna e com capacidade de 135 pessoas. A programação contará com Cine Retrô para que os mais velhos possam sentir a nostalgia do ambiente, e também terão programas voltados para a juventude, classe estudantil.

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